Antônio de Castro Alves, poeta brasileiro, nasceu na Fazenda Cabeceiras, na Bahia, a 14 de março de 1847. Era filho do médico. Antônio José Alves e de Clélia Brasília da Silva Castro.
Passou os primeiros anos de vida no sertão baiano, sendo educado em Salvador. Desde os tempos de colégio, demonstrava vocação para a poesia. Estudou Direito em Recife e São Paulo, desenvolvendo suas atividades literárias nessas duas cidades e no Rio de Janeiro.
Quando estudava em Recife, conheceu a atriz portuguesa Eugênia Câmara, por quem se apaixonou. Nessa mesma cidade, sofreu ataques violentos, do filósofo e sociólogo Tobias Barreto, que conhecia suas tendências abolicionistas.
Vindo para Salvador em companhia da atriz, fez representar a peça Gonzaga ou a Revolução de Minas. Mudou-se depois para São Paulo, com Eugênia Câmara, mas as desavenças entre os dois começaram a ser frequentes, aborrecendo o poeta. Certa vez, ao tentar distrair-se caçando, a arma disparou atingindo-o no calcanhar esquerdo. Esse incidente custou-lhe a amputação do pé, obrigando-o a andar de bengala. Foi nessa época que rompeu com a atriz.
Castro Alves, em sua luta em favor da abolição da escravatura, externava toda a sua jovialidade nos versos, tornando-se o mais querido e mais lido poeta brasileiro. Além do mais era alto, elegante e de impressionante eloquência oratória, o que contribuía para que ele conquistasse a simpatia de todos que o ouviam.
Foi contemporâneo de Joaquim Nabuco Fagundes Varela, Rui Barbosa, Machado de Assis, e José de Alencar.
Vivendo no fim da fase romântica, o Poeta dos Escravos conseguiu dar nova dimensão à poesia brasileira.
Quando estava no 4º ano de Direito, teve que abandonar os estudos, acometido de tuberculose pulmonar, vindo a falecer em Salvador, a 6 de julho de 1871, com 24 anos de idade.
Seu livro Espumas Flutuantes foi publicado em 1870, no ano em que deixou a Faculdade.
DULCE --- Extraído da obra: "Espumas Flutuantes"
Se houvesse ainda talismã bendito
Que desse ao pântano - a corrente pura,
Musgo - ao rochedo, festa - à sepultura,
Das águias negras - harmonia ao grito...,
Se alguém pudesse ao infeliz precito
Dar lugar no banquete da ventura...
E tocar-lhe o velar da insônia escura
No poema dos beijos - infinito...,
Certo. . . serias tu, donzela casta,
Quem me tomasse em meio do Calvário
A cruz de angústias que o meu ser arrasta!. . .
Mas ,se tudo recusa-me o fadário,
Na hora de expirar, ó Dulce, basta
Morrer beijando a cruz de teu rosário!...
DOCUMENTÁRIO SOBRE A VIDA DE CASTRO ALVES
PARTE 1
PARTE 2
Nenhum comentário:
Postar um comentário